Gritar mais alto não ajuda. O problema é a forma como falas com as mãos e a voz. Entende a ciência por trás da confusão do teu cão.
Os cães lêem o teu corpo antes de ouvirem a tua voz. Se os teus gestos forem vagos ou contraditórios, ele vai entrar em modo de 'adivinhação' e acabar por errar.
Gestos colados ao corpo confundem-se com a busca de biscoitos na bolsa. Cria contraste: faz sinais amplos, definidos e sempre longe do teu tronco.
Para um cão, estas palavras terminam com a mesma tónica. Em ambientes ruidosos como a baixa do Porto, ele baralha-se. Precisas de fonemas iniciais fortes.
Prefere comandos curtos com consoantes fortes e vogais claras. 'Aqui' é muito mais eficaz do que frases longas como 'Vem cá para o pé de mim'.
Se ele só obedece quando vê o biscoito, o sinal real não é a tua voz... é a comida. Estás a 'ofuscar' o comando e a criar dependência da recompensa física.
Dá o comando verbal, segue com o sinal visual e só no fim aparece o petisco. Ele deve aprender a antecipar a recompensa, não a segui-la como um íman.
Chamaste o cão com um 'Vem' para lhe dar um banho que ele odeia? Parabéns, a palavra agora é negativa. Se o comando 'morreu', tens de escolher um novo.
Ele senta na sala mas ignora-te no Chiado? Os cães são presos ao contexto. Treina em locais diferentes para ele perceber que o sinal é universal.
Falamos demasiado e os comandos viram ruído. Tenta uma sessão apenas com sinais de mão. Vais ver como a atenção dele para ti duplica instantaneamente.
Se ele começar a oferecer comportamentos ao calhas por frustração, pára. Afasta-te 5 segundos e recomeça com um sinal drástico e simples.
Comunicar com sinais claros não é sobre controlo, é sobre dar ao teu cão a segurança de que ele te entende. A clareza elimina a ansiedade de ambos.
Vê a lista completa de palavras e gestos que funcionam mesmo em ambientes com distrações.