O que fizeres nos próximos 5 minutos pode marcar o resto da vida dele. Não é teimosia, é biologia.
Existem janelas críticas onde o cérebro grava traumas para sempre. No cachorro, acontece entre as 8-11 semanas e volta com força na adolescência.
Nos felinos, a janela fecha-se logo às 9 semanas. Se não o socializares bem até lá, podes ter um gato 'fantasma' que vive escondido para sempre.
A cautela é curiosa. O período de medo é pânico. Um saco do lixo no passeio vira um monstro. Observa a cauda entre as pernas e a lambedura do focinho.
Dizer 'está tudo bem' com voz de pena confirma que há perigo. Em Portugal, protegemos muito, mas na psicologia canina, isso reforça o estado de choque.
O barulho de uma mota assustou-o? Começa a rir, a brincar ou a correr. Mostra-lhe através do teu exemplo que o mundo é uma festa, não uma ameaça.
Usa fiambre de peru ou queijo. Sempre que algo 'estranho' aparece, como uma trotinete, o petisco surge. O objetivo é mudar a emoção dele.
Não o leves logo para o barulho da Segunda Circular. Começa onde ele ouve o som, mas não treme. O progresso deve ser medido em milímetros.
Forçar o contacto quando ele quer fugir causa 'desamparo aprendido'. O animal desiste de comunicar e pode tornar-se reativo ou agressivo mais tarde.
Na adolescência (6-14 meses), o cérebro está 'em obras'. Se ele ignorar comandos na rua, tem paciência. Ele está a lidar com o mundo exterior.
Medo que dura mais de um mês ou sinais de agressividade? Procura um Etólogo Veterinário. Níveis altos de cortisol impedem qualquer aprendizagem.
Estes períodos são mecanismos de sobrevivência ancestrais. O teu papel não é forçar a coragem, mas ser o guia que torna o mundo seguro outra vez.
Vê o guia completo com protocolos de dessensibilização e o que evitar nos passeios da cidade.